quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crítica: Perdidos na Noite (Midnight Cowboy, 1969)

Por:Dimitri Yuri

"Perdidos na Moite" é um filme que não é todo bom, mesmo assim, quando acaba você sente que ele realmente tocou você (algo que exigi bastante técnica), porque o filme tem um início e final muito bons, o problema é que parece que não se importam muito sobre o seu meio (Que fica muito cansativo e longo). Mas quando você dá uma analisada geral, você vê que muitas de suas cenas te marcaram, e as atuações foram excelentes.

Joe Buck é um vaqueiro caipira do interior, que decide ir para a cidade grande para se prostituir, na esperança de ganhar rios de dinheiro, mas ao chegar lá e tentar (fracassadamente) conseguir um emprego, descobre que a vida na metrópole é muito mais difícil. É aí que ele conhece Ratso, um caloteiro que também vive precariamente, após um primeiro desentendimento, eles começam a ficar amigos, e se ajudar na situação difícil que se encontram, essa amizade improvável vai crescendo conforme sua situação vai piorando.


Embora o desempenho Voight às vezes pode parecer um pouco idiota demais, é carismático, e sim, muito bom. Mas o que realmente sobressai é performance de Hoffman, que faz seu personagem muito interessante, as vezes durão e às vezes muito emocional (olhe para a cena do cemitério, por exemplo), e você nunca sabe se ele realmente gosta do bobo Cowboy, ou se ele está tentando usá-lo para ganhar o seu "mony". Mas fica até injusto comparar as duas atuações pois Hoffman tem muito mais talento que Voight (Só olhar a filmografia dos dois, e fazer uma comparação de quantos grandes papeis eles já fizeram) , apesar do último fazer um excelente trabalho. Esse dois dominam a tela quase o filme inteiro.

Houve algumas cenas no filme que eu realmente achei chatas, como a cena de sexo selvagem entre Cass e Buck (usada para retratar até aonde ele iria pelo dinheiro, algo que já tinha sido feito em uma outra cena no cinema), ou a da festa maluca em que eles entram (Que é muito longa e não mostra nada muito importante, além de dar um pouco de dor de cabeça), mas também há cenas muito fortes, como aquela com Buck e do adolescente gay, que mostra o quão desesperado Buck está para ganhar dinheiro, e você verá o quanto ele está desconfortável por fazer isso. Essas imagens precárias e desesperadas são realmente raras no cinema mundial, sem falar que essa visão pessimista da sociedade é muito admirada por críticos e etc (que, apesar de não ser verdade, tem um certo charme de assistir).

Algumas cenas realmente te incomodam, como as cenas da cozinha com as panelas sujas, porque você vê o quão decadente aquelas pessoas vivem, e às vezes você se sente uma pena profunda por tudo aquilo. A última (e mais impactante cena) realmente toca você, a imagem dos dois amigos, depois de ter passado por tanta coisa, abraçados no ônibus, e assim mostrando como era verdadeira toda aquela amizade, é certamente uma das mais tocantes que você já viu. E quando um filme tem um efeito desse em você, ruim ele não foi.

Veredicto: As vezes ele pode parecer cansativo, e muito perturbador, mas suas fortes imagens são uma coisa única no cinema, e a AFI não o colocou na lista dos 100 melhores de todos os tempos a toa. Sem falar das suas atuações fascinantes, portanto vale muito a pena de assisti-lo.

Nota:4/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário