quarta-feira, 12 de maio de 2010

Crítica: Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)

Por: Dimitri Yuri

Pequenas falhas não fazem este magnífico filme deixar de ser excelente. Pois quando ele acaba você tem aquela sensação de felicidade e emoção, como você também tem em filmes como “A Vida é Bela”(Mesmo o final sendo um pouco triste), e Beleza Americana (O filme em sí não é maravilhoso, mas seus minutos finais o tornam inesquecíveis). E não é bom ser comovido por um filme desta maneira?

Andy Dufresne (Tim Robbins) é um banqueiro de sucesso, mas quando numa noite, encontra sua mulher morta ao lado do amante, é sentenciado injustamente para prisão perpétua, sendo acusado dos assassinatos. Na cadeia, começa a fazer amizades com os prisioneiros, principalmente com Red (Morgan Freeman), e logo se tornam grandes companheiros. Mas o corrupto diretor da prisão obriga Andy a fazer um esquema ilegal de lavagem de dinheiro, que se Andy recusar, sua estadia na prisão será muito mais difícil.

Em sua primeiras e elegantes cenas, vemos Andy Dufresne encontrar a esposa e seu amante mortos, e depois Andy sendo falsamente acusado de assassinato e condenado à prisão. Estas primeiras cenas, embora boas, não são muito importantes para o filme, porque o filme não gira em torno das falsas acusações contra Andy (Nós sabemos disso desde o início), e sim sobre o que ele aprende e ensina dentro da prisão, e sua amizade com Red. E apesar de parecer que não parecer que tem muito a contar, você se surpreenderá, principalmente com o seu incrível final.

Embora o desempenho Robbins não seja excelente, ele dá ao personagem um ar de tristeza (Perfeitamente aceitável para um personagem que foi sentenciado a passar toda a sua vida na cadeia, sem ter feito nada de errado), e é enigmático em quase todas as cenas do filme, pois você não sabe se ele está profundamente irritado por estar lá sem precisar, ou angustiado, pois não consegue achar um jeito de sair. O problema é que as vezes suas expressões podem ficar cansativas e repetidas. Diferente de Freeman (Cativante como sempre), que muda seu estado emocional muito mais que Dufresne (Eles realmente tinha que pegar o ator mais carismático possivel).

Apesar do fato de que este filme não é muito original, e quando eu digo isso, eu estou me lembrando que teve uma série de elementos de "Fuga de Alcatraz" de Don Siegel (Pode até ser coincidência, mas você não acha que corvo de Brooks é muito semelhante do rato de “Fuga de Alcatraz”?), mas mesmo assim ele disfarça um pouco, porque ele te deixa muito preso em sua intrigante história. Não houve um único momento em todo o filme que eu achei chato, ou que eu passo quando estou re-assistindo, e esse filme é relativamente longo. Ele pega as fórmulas que já tiveram sucesso antes trabalha bem elas, o resultado é uma coisa relativamente inovador.

Apesar da clara idéia anti-cristã presente em quase todas as obras de Stephen King (eu digo isso pois o vilão cita a bíblia de meia em meia hora). Ela até acrescenta um pouco sobre o filme, porque a má interpretação das religiões (ideias diluidas muito comuns hoje em dia). É uma pena que ele não descuta com mais profundidade o que é realmente importante nesse assunto (mas também a chance deles falarem mais besteiras, e piorarem o filme era grande).

Veredicto: Com uma comovente história poderosa, personagens carismáticos (Especialmente Freeman), este filme é um excelente estudo de grande agonia, amizade, e ainda é uma linda história.

Nota: 5/5

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