terça-feira, 11 de maio de 2010

Crítica: Vestígios do Dia (The Remains of the Day, 1993)

Por:Dimitri Yuri

O crítico Vincent Canby escreveu que "Vestígios do Dia" é um filme para adultos, mas na verdade, ele quis dizer que é um filme para pessoas maduras, porque depende de seus diálogos (ou a falta deles), ao invés de sequencias movimentadas, para mostrar o que o filme está tentando nos dizer (Coisa que raramente chama a atenção do público jovem), e um filme como esse não pode funcionar sem os atores e um roteiro que não são, ao menos excelentes.

1958. James Stevens (Anthony Hopkins), um homem de idade, em um grande carro antigo começa uma viagem pela Inglaterra em direção ao mar. Por muitos anos ele foi o mordomo-chefe de Darlington Hall, uma famosa casa de campo (O filme se concentra muito nesse período). Onde ele esquecia de problemas da sua própria vida, para ter mais produtividade no seu trabalho. Ele está indo visitar Sally Kenton (Emma Thompson), que ele não vê há muito tempo e tinha sido governanta em Darlington. Ele pensa que talvez ela possa ser persuadida a retomar a sua antiga posição (Mas na verdade ele não sabe o quê quer, vai ver ele só quer vê-la novamente), trabalhando para o novo proprietário de Darlington, um congressista americano aposentado.

Direção e roteiro do filme são magníficos, discretos e inteligentes ao mesmo tempo, completamente conduzido pelas atuações. Não precisa de longos diálogos para mostrar a sua idéia (característica de roteiros muito bem elaborados). E à prova de furos. A direção de James Ivory (em sua melhor forma), entende bem o mundo concebido na história, e acompanha o resto do filme no quesito discrição. A fotografia por Tony Pierce-Roberts (parceiro de James Ivory), é muito inteligentes, com composições luxuosas e cores que revivem aquela época.

mas o que realmente se destaca é o desempenho de Hopkins, que é simplesmente, uma das melhores performaces da história(Se iguala e de Marlon Brando em “O Poderoso Chefão”). Os momentos em que ele tem de esconder o que realmente sente, a fim de manter sua compostura são simplesmente maravilhosos. E a imagem dele orgulhoso por ser o mordomo de Lord Darlington (que para ele naquele momento, era uma grande honra), e ao mesmo tempo envergonhado que seu mestre fez acordos com os nazistas, e às vezes até esconder que conhecia o homem, é de uma profundidade rara em filme "Hollywoodiano". Ou quando ele deixou Miss Keaton (Thompson) ir embora, porque ele tinha que ficar e servir ao seu mestre, esses são momentos que exigem uma discrição por parte do ator, e Hopkins acerta em cheio. Do outro lado, Emma Thopson interpreta uma mulher forte, mas ao contrário de Stevens (Anthony Hopkins), ela não pode esconder seus sentimentos muito bem, mostrando insegurança às vezes, o que acrescenta uma personalidade diferente na história de uma forma grandiosa.

Se você não se importa muito com profundos e inteligentes diálogos, você será capaz de acompanhar a história, sem se preocupar tanto com o que os personagens estão sofrendo e aprendendo (Apesar de ser um enorme desperdício). Mas se você espera um filme divertido, não é isso que você vai encontrar (exceto pela história do mordomo indiano, que não tem preço), achará, ao contrário, um filme exaustivo, mas que se você for paciente, ele valerá muito mais.

Veredicto: Você não deve perder esta obra-prima, por causa de suas atuações e um roteiro inteligentíssimos.

Nota:4.5/5

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