terça-feira, 11 de maio de 2010

Crítica: A Vida é Bela (Life Is Beautiful, 1997)

Por:Dimitri Yuri

"A Vida É Bela" não é um filme sobre o holocausto, embora tenha algumas cenas impressionantes que mostram a precariedade dos acampamentos, é um filme sobre o quanto uma pessoa iria para salvar seu próprio filho, se você olhar por esse lado, e se impressionar com a sua comédia afiada (é raro uma combinação tão boa de gags como essa), esse filme será de grande proveito. E ainda mais se você for um fã de Charles Chaplin.

Guido (Roberto Benigni) é um judeu que muda do campo para a cidade nos anos 30. Lá, conhece a encantadora professora Dora (Nicoletta Braschi), por quem se apaixona. Cinco anos mais tarde (o primeiro ato do filme é só a história dos dois), eles estão casados e têm um filho, Josué (Giorgio Cantarini). Guido e sua família são capturados e ficam presos em um campo de concentração. Preocupado com seu filho, Guido tenta amenizar o sofrimento do menino, contando histórias (ele diz que tudo aquilo ali é um jogo). Para poupar seu filho das crueldades do nazismo.

A primeira metade do filme parece que é feita por Chaplin, é incrivelmente engraçada, inteligente e mostra como o personagem principal é (Assistir ao seus planos de surpreender Dora, com um “acidental” encontro, é muito divertido). É também uma história de amor, não uma ruim, e sim, uma das melhores. É difícil encontrar diretores que são competentes em fazer comédia e drama muito bem, geralmente eles fazem um bom drama, mas uma não tão boa comédia, ou o contrário. Mas Benigni merece ser comparado a Chaplin nesse aqui, ele me fez rir e chorar, e não havia quase nenhuma pausa entre essas duas emoções.

A segunda metade é mais sobre o relacionamento entre pai e filho. O que o homem passou para proteger o seu filho é uma das histórias mais bonitas que eu já vi. Mas todos os momentos tristes se intercalam com outros engraçados. O desempenho de Benigni é incrivelmente divertido e comovente, mas o que realmente me surpreendeu sobre a atuação foi a performace de Giorgio Cantarini como Giosuè, eu não estou dizendo que ele foi melhor do que Benigni, mas para um miúdo fazer uma diferença tão grande no elenco de um filme é raro de se ver (Ele fala que nem um garoto normal falaria, e não demora para terminar cada palavra, como a maioria das crianças em filmes)

Veredicto: Engraçado e comovente, e muito aguçado nessas duas emoções, um entretenimento muito grande. Um universo "Chapliniano" muito bem concebido por Benigni, que usa o seu talento para contar uma linda história.

Nota:4/5

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