terça-feira, 11 de maio de 2010

Crítica: Watchmen (2009)

Por:Dimitri Yuri

Eu li a graphic novel de Alan Moore e, pelo fato dela ser tão boa, eu sabia que este filme podia ser decepcionante (Exatamente por não se igualar a história original), e é, mas não tanto pelo motivo que eu pensei que seria. Porque o fato do filme ser baseado em um material tão bom, mesmo que não explorado ao máximo, foi o que o salvou de ser medíocre (E, é claro, um pouquinho de estilo por parte de Zack Snider)

Quando um dos seus antigos colegas é assassinado, o derrotado, mas nem um pouco menos determinado, vigilante mascarado Rorscharch (Jackie Earle Haley), parte para descobrir o que seria um plano para matar e desacreditar todos os super-heróis do passado e do presente. Quando ele restabelece a conexão com sua antiga legião de combatentes do crime - um confuso grupo de super-heróis aposentados, dos quais apenas um possui poderes verdadeiros - Rorschach percebe que existe uma conspiração abrangente e perturbadora com ligações ao passado que eles dividiram e catastróficas consequências para o futuro.


Alan Moore escreveu uma obra-prima que muitos reconhecem que é um dos melhores livros de quadrinhos já escritos, assim, com uma história tão boa, é difícil estragá-la completamente. Como em "300" (último trabalho de Snyder), onde todos disseram ser um projeto visionário, para mim, não foi nem um pouco, pois cada detalhe foi tirado do livro (cada ambiente, ou até mesmo pinturas na parede). Assim você não pode dizer que o diretor é visionário, se ele imita tudo da sua matéria-prima. Mas o quê eu não posso negar é que a direção de Snyder é suficientemente elegante, apesar desses problemas, as sequências de luta são excelentes, e ele consegue dar uma sensação de dor aguda, a cada soco e pontapé.

O roteiro adaptado, penso eu, é o elemento mais comprometido do filme, o plano fantástico (Brilhante) de Ozymandias (A coisa mais importante da Graphic Novel), é alterado, tendo a eficácia e a inteligência enfraquecidas, o que é inaceitável para uma história que só é o que é hoje, devido ao seu espetacular final. Outro problema é que algumas pessoas (Principalmente aquelas que não leram a história de Alan Moore), vão achar o enredo muito confuso e corrido, que é reflexo da extraordinária ideia de botar uma história relativamente grande, em um filme de duas horas. Ainda mais se você for distraido, aí sim ficará perdido (mas esse problema era tão previsível, que no dia que anunciaram o filme, eu ja pensei nisso)

A atuação não é de modo algum ruim, Jackey Earl Haley faz um bom trabalho como Rorscharch (Sua voz grossa se encaixa bem no papel), o desempenho de Matthew Goode como Ozymandias também é satisfatório, apesar dele, às vezes, não parecer muito confiante (O quê, para um personagem tão inteligente é crucial) .E Jeffrey Dean Morgan é muito carismático fazendo O Comediante, e acrescenta um humor necessário para o filme. Malin Akerman e Patrick Wilson só estão lá para uma cena de sexo que destoa do resto do filme (até que é bem feita, mas não combina).

Veredicto: Se você ainda não leu a graphic novel, você provavelmente terá problemas em acompanhar, mas pelo menos você não terá que saber que eles arruinaram uma obra-prima das Graphic Novels (e até eu que não sou muito fã de quadrinhos gostei muito do livro).

Nota:3/5

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